Ernesto de Melo e Castro
Nascido na Covilha em 1932, Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro, é um engenheiro, escritor, critico, ensaísta, artista plástico, mas é conhecido principalmente por ser um poeta experimental. Conta no seu currículo a passagem em diversos estabelecimentos de ensinos espalhados pelo mundo, formou-se em Engenharia Têxtil em Bradford, em Inglaterra em 1956, muitos anos depois tirou o doutoramento em Letras na Universidade de São Paulo, corria o ano de 1998. Destacar no campo de ensino, a sua actividade de professor de Design Têxtil no Instituto Superior de Arte, Design e Marketing em Lisboa.
Ao longo dos mais de 50 anos de trabalho, da poesia concreta e experimental à infopoesia, passando pela vídeopoesia, passando pela criação de fractais em forma de imagens, foram estes os principais focos de trabalho em forma de arte deste artista contemporâneo português. É uma figura marcante do contexto artístico do panorama português, nomeadamente nas décadas de sessenta e setenta, mas posteriormente a isso o seu trabalho mantém-se na investigação na relação entre arte e o desenvolvimento tecnológico. Tal como foi dito anteriormente, Ernesto de Melo e Castro, teve um papel fundamental na poesia experimental portuguesa dos anos sessenta, sendo ele praticante e teórico, introduziu a poesia concreta no nosso país. Várias são as obras de renome deste artista, Ideogramas em 1961, é considerada a obra pioneira da videopoesia em Portugal. Ainda na área da videopoesia, desenvolveu na Universidade Aberta de Lisboa entre 1985 e 1989, um projecto denominado de Signagens. Este projecto consistia na veiculação na televisão de poemas animados pensados especificamente para este meio de comunicação, este projecto foi o desenvolver de um projecto já antigo de Melo e Castro iniciado em 1968, depois da Universidade ter adquirido novos dispositivos de geração de caracteres e edição de vídeo, o que levou ao desenvolvimento e conclusão deste projecto.
A obra de Ernesto de Melo e Castro também é marcada pelas diversas publicações e participações em livros de teor mais literário. Jornal do Fundão e Noticias de Luanda, são alguns dos jornais onde este autor participou e lançou alguns artigos dedicados à poesia experimental. Ainda ao nível da poesia experimental, publicações em nome próprio pegaram destaque na literatura em redor deste autor, livros como Ideogramas, A poligonia do Soneto, Proposição 2.01, Álea e Vazio, Visão Vision são algumas das obras que marcaram o percurso deste autor. Noutro campo, com participação de outros autores consagrados da poesia experimental, Ernesto de Melo e Castro participou e organizou alguns movimentos sobre forma de publicação no período entre os anos sessenta e oitenta, Poesia Experimental I, Poesia Experimental II, Hidra I, Operação I e Operação IIsão algumas das publicações onde Ernesto de Melo e Castro “pôs” a mão.
Actualmente é professor catedrático na Universidade onde tirou o doutoramento, Universidade de São Paulo, onde ainda publica alguns artigos e escreves algumas publicações não só em nome próprio, mas também participa em outras publicações de outros autores.
Livros, Obras, Poemas ou Encenações
- Sismo, 1952
- Salmos, 1953
- Ignorância da Alma, 1956
- Entre o Som e o Sul, 1960
- Queda Livre, 1961
- Mudo Mudando,1962
- Ideogramas, 1962
- Objecto poemático de efeito progressivo, 1962
- Poligonia do Soneto, 1963
- Objet poematique, 1965
- Versus - In - Versus, 1968
- Álea e vazio, 1974
- Visão / Vision, 1972
- Ciclo Queda Livre, 1973
- Concepto Incerto, 1974
- Resistência das palavras, 1975
- Cara lh amas, 1975.
- Círculos afins, 1977
- As palavras Só-lidas, 1979.
- Re-Camões, 1980
- Corpos Radiantes, 1982
- Autologia (Poemas escolhidos 1951-82), 1983
- Trans(a)parências - Poesia 1950/1990
- Entre o rigor e o excesso: um osso, 1994
- Enquanto [ ] Jactos e hiatos, 1994
- Visão Visual, 1994
- 17 visuais +, 1996
- Finitos mais Finitos – ficção/ficções, 1996
- Algorritmos (Infopoesia),1998